Mostrar mensagens com a etiqueta Mundo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Mundo. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, agosto 24, 2009

Intelectuais italianos a favor dos imigrantes






Intelectuais italianos, liderados por Dario Fo, Antonio Tabucchi, Andrea Camillieri, Giani Amelio, Dacia Maraini, Wu Ming e 34 outros mil, lançaram manifesto na defesa dos imigrantes: "Em virtude de uma decisão política, vinda de uma maioria efêmera, as crianças nascidas de mulheres estrangeiras em situação irregular serão durante toda as suas vidas filhos de ninguém. Elas serão tiradas de suas mães e colocadas nas mãos do Estado. Nem o fascismo foi tão longe".
O Senado italiano aprovou a uma lei sobre segurança e a imigração, que cria o delito de imigração clandestina passível de uma multa de até 10 mil euros além da expulsão imediata. A estadia nos centros de detenção para estrangeiros em situação considerada irregular poderá chegar a 6 meses, ao invés dos 2 meses de hoje.
A nova lei torna obrigatória a apresentação de uma permissão de estadia ou de um passaporte para declarar o nascimento de uma criança para seu registro civil. A lei visa principalmente cerca de 500 mil mulheres imigrantes que trabalham como empregadas domésticas.
Intelectuais italianos, liderados por Dario Fo, Antonio Tabucchi, Andrea Camillieri, Giani Amelio, Dacia Maraini, Wu Ming e 34 outros mil, lançaram manifesto na defesa dos imigrantes:

“À cultura democrática européia e aos jornais que a expressam:
As coisas que acontecem na Itália sempre tiveram, para o bem e para o mal, uma influência extraordinária sobre toda a sociedade européia, desde o Renascimento italiano até a era do fascismo. Mas essas coisas nem sempre foram conhecidas a tempo.
Neste momento os jornais europeus estão muito atentos a alguns aspectos da crise que afeta o nosso país. Nós estimamos, no entanto, que é dever de todos nós que vivemos na Itália atrair a atenção da opinião pública européia sobre outros aspectos ignorados. Trata-se de certas iniciativas políticas e legislativas italianas que, se não logramos nos contrapor-nos a elas, arriscam de desfigurar a fisionomia da Europa e fazer recuar a causa dos direitos humanos no mundo inteiro.
O governo Berlusconi, invocando a segurança, impôs ao Parlamento, sobre o qual ele exerce um controle absoluto, a adoção de medidas discriminatórias em relação em relação aos imigrantes como as que vimos na Europa desde a época das leis raciais.
O objeto passivo da discriminação mudou. Não se trata mais dos judeus, mas dos imigrantes em situação irregular , isto é, centenas de milhares de pessoas. As disposições previstas pelas leis raciais, como a proibição dos casamentos mistos, não mudaram. Por essa proibição, impede-se, por critérios de nacionalidade, o exercício de um direito fundamental, como é o de se casar sem interdições de tipo étnico ou religioso. Um direito fundamental que se tira não apenas de estrangeiros, mas também de italianos.
Por uma disposição que afeta ainda mais a dignidade humana, introduziu-se a proibição das mulheres estrangeiras em situação irregular de declarar as crianças a que elas deram à luz. Assim, em virtude de uma decisão política, vinda de uma maioria efêmera, as crianças nascidas de mulheres estrangeiras em situação irregular serão durante toda as suas vidas filhos de ninguém. Elas serão tiradas de suas mães e colocadas nas mãos do Estado. Nem o fascismo foi tão longe. As leis raciais instauradas por esse regime em 1938 não privavam as mães judias de seus filhos, nem as obrigava a abortar para evitar que tenham confiscadas suas crianças pelo Estado.
Nós não nos dirigiríamos à opinião pública européia se a gravidade dessas medidas não fosse tal que ela supera as fronteiras nacionais e não exigisse uma reação responsável de todas as pessoas que acreditam em um humanismo comum. A Europa não pode aceitar que um dos seus países fundadores retroceda a um nível primitivo de vida em comum, em contradição com as leis internacionais assim como com as garantias e a cultura jurídica sobre as que se fundamenta a construção política européia.
É do interesse – e tem a ver também com a honra – de todos nós europeus que isso não aconteça.
A cultura democrática européia deve tomar consciência da patologia que vem da Itália e se mobilizar para impedir que isso se expanda pela Europa.
Cada um de nós deve escolher a melhor forma de se manifestar e de se fazer valer sua oposição.”
 


via 5dias

quinta-feira, junho 04, 2009

Vai em paz gafanhoto

Estão a desaparecer os grandes justiceiros do cinema... E eu estou triste!
Porra, já havia morrido o Bruce Lee. Depois, foi a vez do Charles Bronson. Agora vai-se o David Carradine...

Fica a homenagem através do tema da sua mais mítica participação no meio audiovisual que dizem: "O enredo de Kung Fu, incita a não-violência. Mostra aos telespectadores o quão bela pode ser a vida se formos compreensivos, se dermos amor ao próximo ao invés de molesta-lo ou de inveja-lo, se pararmos de julgar as pessoas pelas aparências, se aceitarmos as diferenças e se aceitarmos as pessoas das formas como elas são e agem."

quinta-feira, setembro 11, 2008

30 minutos televisivos

Cheguei a casa ainda há pouco e fui abrir um cerveja fresquinha. Liguei a televisão e sentei-me relaxado no sofá.
Comecei passar os canais. Duas coisas me prenderam a atenção nos primeiros 30 minutos.

A começar: Final Countdown - One Hit Wonders, no VH1.
Canta uma senhora dos anos de 1980, Jennifer Rush, com essa balada que foi (e ainda será em caso etílicos) capaz de levar qualçquer um às lágrimas de ternura: The Power of Love. Belo...
De seguida surgem imagens de uma actuação ao vivo. Uns tipos, brancos, de bonés ao lado e vestidos de fato-de-treino. Fazem-me lembra a Irlanda por terem uns panos em fundo com riscas brancas, verdes e laranjas. Os EFM. Debitam para gáudio do público "It's unbelievable..."
Agorinha mesmo, Toni Basil com o famoso (talvez seja, talvez. Eu tenho uma ideia de os meus ouvidos já se terem cruzado com o refrão...): Mickey

Depois desses dois momentos VH1, apresso-me a virar de canal e caio na RTP - Açores. Documentário sobre um miúdo indiano, Bhudia de 8 anos, que anda num ginásio de judo e cuja especialidade é correr como correria um etíope ou queniano. Lá estava ele a correr, a correr, a correr (já vai nos 32Km e atinge a 1ª barreira da dor, lesse na legenda), a correr, a correr, a correr (entra na 2ª barreira da dor aos 50km). Nesta altura aparece o pai/"treinador"/manager, Birachi (agora não tenho certeza se o nome estará correcto...). Vai a seu lado pedalando numa bicicleta com uma garrafa de água para o incentivar. Sim, apenas incentivar. Leio também nas legendas que não seria bom para o pequeno herói beber neste momento. E para mais água (esta parte sou eu a deduzir).
Bhudia continua a correr e a correr até que, finalmente pois já me sentia cansado de o ver palmilhar terra, termina depois de 67Km. O puto falhou a sua meta. 3Km ficaram por correr. Mesmo assim é visto como um herói e fica com o recorde Limca (ou será Limpca), seja lá o que isso for.
A recta final do programa abrange a conspiração estatal para levar o pai a tribunal por irresponsabilidade e abuso parental. Dizem os médicos que o correr tanto trará problemas de desenvolvimento ao puto. Coisas nos rins e fígado e coração e osso e sei lá que mais.
O pai está revoltado! Apenas ajuda o puto Bhudia a concretizar o seu maior desejo: correr como se não houvesse amanhã (ou como se não terminassem nunca as estradas) e ser maratonista. O programa finaliza com uma frase de Bhudia, em resposta à pergunta que fará ele se o proibirem de correr. Bhudia, corredor-criança, 8 anos, sorridente mas com o ar sério de um miúdo a quem querem tirar o brinquedo favorito: Vou atrás deles e aperto-lhes o pescoço até morrerem.

sexta-feira, agosto 15, 2008