sábado, setembro 25, 2010

Vazio

De todo vazio. Vazio, vazio, uma imensidão de nada onde tudo se extingue. Cada inspirar tem apenas a finalidade de se apegar ao que vive ainda lá dentro e na expiração forçá-lo a sair. Por vezes quase sem se lhe notar a persuasão, outras arrancando vigorosamente tudo aquilo que resiste. Nada de repelões, apenas uma persistência em aumento e que se revela no colapso gradual do peito.

quarta-feira, agosto 04, 2010

Nunca deveria ter parado

Faz um anito, não? E mais uns dias, 3, sei. Nem deixado que escondesses o teu rosto no meu abraço para que não visse que muito te custava retrair as lágrimas. Nunca deveria mas jamais seria capaz de passar, ver-te e apenas seguir em frente, sem um tchau. Quem me manda ser tão permeável à sensibilidade? Ou melhor, quem me manda ser tão parvo?

sábado, julho 31, 2010

corrijo, mandar tudo foder!
mandar tudo fo*er. é só isso

quarta-feira, junho 09, 2010

Não quererás vir tu aconchegar-me neste sofá minúsculo? Ficaríamos altamente confortáveis, garanto-te.

domingo, maio 30, 2010

Acabei por te colocar no pedestal. Não era dos mais altos. Era um pedestalzinho que poderia vir a crescer. Daí puxaste-me, ou terei eu alçado-me para o teu lado. Agora que me mandas embora de lá, apenas me resta puxar-te comigo para baixo. Parece que não há força que resista para aí me manter. Mais vale que fique vazio, creio.

terça-feira, maio 25, 2010

desejava poder dormir, dormir, dormir, dormir para que não pensasse nunca, nada.

quinta-feira, maio 06, 2010

Sofreguidão

Assim de repente surgiu em mente, ao olhar para uma foto tua, que me apetecias.
É, sim, isso é uma coisa que é recorrente em mim e tu até já o deves ter percebido. Não te preocupes muito com isso. Não te constranjas com estes pensamentos meus. Nem com um hipotético sentimento de nostalgia ou soturnidade que me surja disso. No fundo tu sabes isso tudo. No fundo, tu sabes as dúvidas que me assomam na mente quando este tema vem à baila. Mas nada dessa turbulência para aqui é chamada.
Assim de repente surgiu em mente, ao olhar para uma foto tua, que me apetecias.  Aquele apetecer que faz atrasar para ir trabalhar. Aquele apetecer que faz interromper o trabalho para ser saciado. No aqui e no agora. Sem mais delongas, carnal e quente. Animalesco quase. Entrar em ti descontroladamente. Encher-te de mim até à última gota de suor. Esvair-me contigo em espasmos e respiração sôfregos e teres de me alertar para que já posso parar de te agarrar com os dentes a orelha.
Assim de repente surgiu-me em mente, ao olhar para uma foto tua, que me apetecia foder-te.

domingo, abril 18, 2010

Indecisão

Isto é uma grande confusão. Estou correcto, concordas?
Parece-em que ninguém sabe bem o que quer, nem deixar querer. Parece-me que por vezes não pensamos em não querer nada, apenas não queremos o tanto. Porquê? Porque temos medo. Do que está para trás. Do que está de momento noutros sítios. Do que poderá vir. Incertezas, dúvidas, questões, apertos e nós no estômago.
Não querer fazer mal à posteriori e recear que esse já esteja em prática. As vezes que isto tudo me passa pela cabeça, de um lado para o outro e de volta ao mesmo sítio. Em alguns instantes somente fugaz, mas vezes tem que parecem os momentos intermináveis. E as conclusões são as mesmas: "Isto é uma grande confusão. Estou correcto, concordas?"
E nisto tudo, que penso eu fazer? Se calhar nada. Talvez tentar resolver com conversa. Talvez esperar uma orientação.
Bater-te à porta assim do nada (que não teria coragem de o fazer, de certo), olhar-te bem fundo nos olhos, encostar-te à parede e sentindo a tua respiração no meu peito ver a tensão subir entre nós dois. Absorver o calor do teu corpo na minha pele e levar-te à saciedade. Saciar-me mergulhado entre ti. No fim rir contigo.
E no fim ter medo que as minhas palavras ecoem um pedido que na realidade é apenas um elogio a ti. E no fim recear que as palavras deêm razão a que isto seja uma grande confusão.
No final sair e sentir vontade de voltar. Repetir tudo de novo até que o sono nos vença ou as caimbras nos imobilizem.

domingo, março 28, 2010

Full Speed

terça-feira, março 16, 2010

Escuta, vem comigo.

Vamos e arranjamos uma casinha numa vila alentejana (o quê, num monte alentejano? Pode ser!). Vem e vamos ser felizes, nós os dois.
Eu trabalho os campos e tu fazes bolinhos que vendes às senhoras nossas vizinhas. Ao final do dia ficamos a escutar o silêncio a perder de vista.
Fazemos amor, sempre o melhor das nossas vidas, e depois ficamos assim, quietos um no outro, até vir o sono e depois o dia de amanhã.


Recuperado, mas amputado, por se apropriar à ligeira evolução das coisas.
E sim, Marco, estes sonhos bucólicos nunca me largam.

sexta-feira, março 12, 2010

Reciclagem

Tudo isto que lhe assoma em doçura feita acidez advém de num período a confiança se lhe ter assomado em demasia ao ego. Agora não lhe resta muita mais que deixá-lo apodrecer aos poucos, fazê-lo entrar na corrente. Dissolvê-lo. Torná-lo neutro. E com essa neutralidade refugiar-se na seca indiferença.

Um ténue equilíbrio.

Nunca se olharam realmente nos olhos com receio do que vissem um no outro. Raramente se falaram directamente com medo que alguma inflexão vocal traísse o que queriam dizer. As mãos, essas várias vezes se procuraram com avidez. Os braços seguiram-se-lhes outras tantas. Poderá ser que pretendessem compensar o silêncio visual e o vazio das palavras.
É das suas maiores frustrações querer estar com ela.

domingo, fevereiro 28, 2010

E

se um dia olhares para dentro de mim, para as minhas memórias de ti e me confrontares com isso, negarei tudo, tudinho e direi que apenas estava na real reinação contigo.

domingo, fevereiro 21, 2010

Sede

de cada gota de suor que assoma à flor da tua pele. Recolhe-las na ponta da minha língua e assim beber-te à saciedade.

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Tudo isto me está a queimar por dentro, um pouquinho e aos poucos. Aperta-me a garganta e retorce-me o estômago. Não devia porque na verdade não lhe foram dadas razões para ser.

sábado, fevereiro 13, 2010

Preta

sábado, janeiro 23, 2010

Até queimar!

Via arrastão algo para nos fazer perder imenso tempo, até que se derretam os neurónios:

'bora lá jogar tetris.

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Saíste.

Deixaste-me aqui sozinho e foste aos teus afazeres. Nada a opor. Que raio quereria eu que tu fizesses? De certo não ficarias apenas para me fazeres companhia nestas últimas horas, mortas, do dia.
É este o momento que de início nunca quis que te surgisse em mente.
Digo-te, deverias ficar e deixar-te arrastar. Surgiu em mim.
A sua extensão não consigo precisar, ou evito fazê-lo para que não me assuste. O certo é que lado a lado com o teu "adoro", surge o meu "gosto", sucedendo-lhes o teu "te" e o meu "de ti".

A minha cama continua imensa, bastando unicamente que nela estejas. Faz aqui frio. Vou enroscar-em em mim debaixo das mantas nesta cama diminuta, onde os pés quase me saem ao fundo e qualquer movimento mais amplo abre brechas na muralha de cobertas.

domingo, janeiro 17, 2010

Que diferença faz...

... serem 2325 km, 1468 km ou apenas 207 km.?

Nenhuma, né?