Vamos e arranjamos uma casinha numa vila alentejana (o quê, num monte alentejano? Pode ser!). Vem e vamos ser felizes, nós os dois.
Eu trabalho os campos e tu fazes bolinhos que vendes às senhoras nossas vizinhas. Ao final do dia ficamos a escutar o silêncio a perder de vista.
Fazemos amor, sempre o melhor das nossas vidas, e depois ficamos assim, quietos um no outro, até vir o sono e depois o dia de amanhã.
Recuperado, mas amputado, por se apropriar à ligeira evolução das coisas.
E sim, Marco, estes sonhos bucólicos nunca me largam.
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terça-feira, março 16, 2010
sexta-feira, outubro 30, 2009
sábado, fevereiro 14, 2009
desejo sinceramente que algum dia venhas a ter que sustentar este sorriso irónico-divertido para escapar à desilusão ( se é que há razão para um mínimo de apontamento desilusivo) que senti nestas últimas 3horas.
na realidade queria que te afundasses num poço sem fundo e que nunca, de modo algum, pudesses vir cá acima respirar. que definhasses na falta de ar aí em baixo. poderias sentir então um pouquinho do que me excruciou. eu vi e faço por ver para me rebaixar perante mim próprio.
sou tão estúpido que me seria mais fácil inutilizar noutro lugar mas onde estive.... creio ser de masoquismo idiota.
o mau de toda esta coisa é eu nem sequer gostar de ti. apenas porque sorris graciosamente com o teu olhar... e eu não consigo resistir a quem sorri com o olhar.
espero que acordes, te levantes, laves o olhos e penses:
"quero estar apenas sozinha. vai-te daqui!"
Catalogado como:
Amores,
Anseios,
Haja paciência
quinta-feira, agosto 28, 2008
Sou um tipo desprendido de tudo e que nunca se impoem. Não odiava nada à repulsa mas também não se punha em adorações ao limite da loucura. Cinzento e discreto. Às vezes os outros são-me indiferentes e em outras ocasiões respondem ignorando-me.
Ciclicamente apaixono-me. Sim, ciclicamente porque raramente há qualquer semelhança a uma reciprocidade e a ausência do outro extremo do amor fazem-no definhar. Mais tarde abandono o estado apaixonado para me dedicar somente à indiferença e pacatez.
Ciclicamente então, devoro avidamente qualquer partícula espacio-temporal da moça. Torno-me um discreto bajulador. Um quase-desinteressado-simpático apelidado de bom amigo. Devoro-lhe as palavras e bebo-lhe os gestos. Discordo pontualmente, com o humor que possa ter em mim, para provocar a discussão e ver o calor da discórdia preencher-lhe as faces. Isto se porventura ela entra na discussão. Considero este contacto, não sendo uma honra, o mais próximo que posso almejar da felicidade.
Pois... apenas o calor da discórdia nas faces...
Deito-me de costas na cama, olhos no tecto. Sorrio. Rememoro o que com ela vivi nesse dia. Se não houver nada desse dia, recapitulo os melhores momentos de outros dias.
Na escuridão da noite, enquanto vejo para lá do tecto, o sorriso desvanece-se, num esgar de dor. Num esgar de auto-imposta repressão, não deixo já que as lágrimas me limpem o coração. Parece que depois de um período de sofrimento enamorado me forcei a não exteriorizar de forma tão assumida os desamores.
Adormeço a dizer-me-lhe que amanhã é que me revelo. Nesse instante, ela far-me-á aperceber que no outro extremo há o que desejo.
Na noite seguinte adormeço a pensar o mesmo. E na noite seguinte adormecerei a pensar o mesmo. E na outra noite também.
Tu fazes-me assim.
Devia ser bruto contigo e não esta coisa. Devia atirar-me a ti e não ficar nesta inoperância. Devia, deiva, devia...
Mas não consigo.
Ciclicamente apaixono-me. Sim, ciclicamente porque raramente há qualquer semelhança a uma reciprocidade e a ausência do outro extremo do amor fazem-no definhar. Mais tarde abandono o estado apaixonado para me dedicar somente à indiferença e pacatez.
Ciclicamente então, devoro avidamente qualquer partícula espacio-temporal da moça. Torno-me um discreto bajulador. Um quase-desinteressado-simpático apelidado de bom amigo. Devoro-lhe as palavras e bebo-lhe os gestos. Discordo pontualmente, com o humor que possa ter em mim, para provocar a discussão e ver o calor da discórdia preencher-lhe as faces. Isto se porventura ela entra na discussão. Considero este contacto, não sendo uma honra, o mais próximo que posso almejar da felicidade.
Pois... apenas o calor da discórdia nas faces...
Deito-me de costas na cama, olhos no tecto. Sorrio. Rememoro o que com ela vivi nesse dia. Se não houver nada desse dia, recapitulo os melhores momentos de outros dias.
Na escuridão da noite, enquanto vejo para lá do tecto, o sorriso desvanece-se, num esgar de dor. Num esgar de auto-imposta repressão, não deixo já que as lágrimas me limpem o coração. Parece que depois de um período de sofrimento enamorado me forcei a não exteriorizar de forma tão assumida os desamores.
Adormeço a dizer-me-lhe que amanhã é que me revelo. Nesse instante, ela far-me-á aperceber que no outro extremo há o que desejo.
Na noite seguinte adormeço a pensar o mesmo. E na noite seguinte adormecerei a pensar o mesmo. E na outra noite também.
Tu fazes-me assim.
Devia ser bruto contigo e não esta coisa. Devia atirar-me a ti e não ficar nesta inoperância. Devia, deiva, devia...
Mas não consigo.
sexta-feira, agosto 08, 2008
Ansiei pelo momento em que te iria rever. Pelo abraço e beijo que trocaríamos no reencontro. Ansiei e criei expectativas. Quando a altura chegou, desci à terra. Tudo continua na mesma. A amizade separa-me de ti porque te tolda a visão.
Na verdade, para mim, teria sido melhor nem pensar que o reencontro pudesse ocorrer, aqui onde tu foste feliz. Aqui, onde eu, a teu lado, desesperava por causa da esperançazinha que nunca me abandona. Teria sido melhor não ter ido ver-te. Conversar contigo. Rir-me contigo. Recordar os momentos de felicidade, quase, que passei na tua presença.
Estavas com da última vez que te vi. Alegre, bonita e sorridente. Eu lá continuei quase feliz e quase sinceramente sorridente.
Na verdade, para mim, teria sido melhor nem pensar que o reencontro pudesse ocorrer, aqui onde tu foste feliz. Aqui, onde eu, a teu lado, desesperava por causa da esperançazinha que nunca me abandona. Teria sido melhor não ter ido ver-te. Conversar contigo. Rir-me contigo. Recordar os momentos de felicidade, quase, que passei na tua presença.
Estavas com da última vez que te vi. Alegre, bonita e sorridente. Eu lá continuei quase feliz e quase sinceramente sorridente.
sexta-feira, julho 04, 2008
O rosado nas faces que não se alvoroça na minha presença. Um sorriso que não brilha na minha direcção.
Dispensa-me a tua face e os teus lábios para que te beije. Aquece-me num abraço nocturno.
Sê reciproca neste sentir.
Oh, quanto não dava para me aconchegar no teu regaço. Assim adormecer enquanto limpava o âmago da viscosidade que o preenche.
Que não seja tudo isto para, tão só, me aperceber que na minha vida muito é pura ilusão.
Dispensa-me a tua face e os teus lábios para que te beije. Aquece-me num abraço nocturno.
Sê reciproca neste sentir.
Oh, quanto não dava para me aconchegar no teu regaço. Assim adormecer enquanto limpava o âmago da viscosidade que o preenche.
Que não seja tudo isto para, tão só, me aperceber que na minha vida muito é pura ilusão.
terça-feira, maio 20, 2008
terça-feira, maio 13, 2008
Escuta, vem comigo!
Vamos e arranjamos uma casinha numa vila alentejana (o quê, num monte alentejano? Pode ser!). Vem e vamos ser felizes, nós os dois.
Eu trabalho os campos e tu fazes bolinhos que vendes às senhoras nossas vizinhas. Ao final do dia ficamos a escutar o silêncio a perder de vista.
Fazemos amor, sempre o melhor das nossas vidas, e depois ficamos assim, quietos um no outro, até vir o sono e depois o dia de amanhã.
Criamos um casalinho de catraios e vemo-los crescer.
Vá, vem daí e vamos ser felizes
Vamos e arranjamos uma casinha numa vila alentejana (o quê, num monte alentejano? Pode ser!). Vem e vamos ser felizes, nós os dois.
Eu trabalho os campos e tu fazes bolinhos que vendes às senhoras nossas vizinhas. Ao final do dia ficamos a escutar o silêncio a perder de vista.
Fazemos amor, sempre o melhor das nossas vidas, e depois ficamos assim, quietos um no outro, até vir o sono e depois o dia de amanhã.
Criamos um casalinho de catraios e vemo-los crescer.
Vá, vem daí e vamos ser felizes
quinta-feira, março 22, 2007
Fui ao baile da paróquia
Aproximei-me de ti. Não definiria o meu estado como nervoso. Antes cauteloso, talvez mesmo receoso. Não sei interpretar com eficácia as reacções das outras pessoas e, sempre com isso em mente, demoro a perceber a receptividade alheia à minha presença. Da conversa que iniciei, de tão banal que era, não recordo o tema. Alguma trivialidade idiota susceptível de provocar uma gargalhada e despertar concordância fácil. Palrámos agradados, a passear pelas vivências adquiridas. Procurei ler nos teus olhos o grau de satisfação pela minha companhia. Remoía-me durante todo o segundo em que percorriam a sala com vislumbres de interesse, ao ponto de o meu discurso quase tomar forma desconexa. Desesperei sempre que a tua fala parecia indiciar um fim de conversa. Na minha cabeça, nessas alturas, corria um extenso índex de temas e variações de conversação que tentava enquadrar de maneira mais ou menos lógica, só para que o teu sorriso rasgado permanecesse perto de mim.
Há momentos em que, na verdade, não pondero as minhas reais aptidões para uma tarefa e o ridículo que poderei vir a cair. Foi numa dessas ocasiões de inconsciência que procurei a tua mão e te puxei para mim. Vi surpresa no teu rosto e tu, em mim, terás visto algum espanto. Apercebi-me da indecisão que me corria no gesto decidido que praticara. Que pensava eu fazer? Tinha-te presa nos meus braços, com suavidade. A minha inconsciência rogava para conhecer o sabor dos teus lábios mas, na fracção de tempo que este repente utilizou, a consciência sobrepôs-se e falou-te por mim. Dançamos, disse. E dançámos. Talvez melhor descrito fosse, eu tentei fazer qualquer coisa que se parecesse com coordenação de passos e ritmos. Tentei seguir-te a perícia no rodopio. O meu corpo pedia-te contacto. Contacto e maior contacto e contacto mais ousado.
Corremos incessantemente a sala, alucinados pelo ritmo da música e do álcool. Quase não conversámos mais. Por vezes, entre duas músicas trocámos breves palavras, ou após o falhanço de um passo tecnicamente mais arrojado, comentávamos jocosamente a falta de perícia de quem errava. Sorríamo-nos e olhávamo-nos divertidos. Eu sentia-me deslumbrado com o prazer da atenção que me dispensavas. Tinha-te entre as minhas mãos. As trajectórias que tomavas, impelidas por mim ou de mote próprio, levavam-me a correr-te o corpo com as mãos em auxílio coreográfico. Agarrava-te para te lançar de novo em movimento livre e recuperar-te junto a mim, em abraço.
No final da noite, contrafeitos, tivemos que parar. As luzes haviam sido desligadas e a música há muito cessara. Apenas permanecia o tédio de quem fechava a casa e tinha de suportar os que retardavam o seu descanso. Dentro de nós ainda circulava um frenesim cansado em regime de auto-gestão corporal. Saímos para o amanhecer ameno que começava a apagar estrelas. Fomos percorrendo as ruelas da povoação misturando os passos arrastados com a conversa a tempos excitada, talvez desconexa. Nos ouvidos soava o chilrear madrugador das aves e amaldiçoámos a excitação avícola. Pedíamos silêncio.
As pernas transportaram-nos os corpos para os descampados nos arredores da aldeia. Sentados, calados, apoiando as costas um no outro, permanecemos de olhos fechados a ver o azul surgir para dominar o céu matinal. Os corpos resvalaram lado a lado e pediram para dormir.
Há momentos em que, na verdade, não pondero as minhas reais aptidões para uma tarefa e o ridículo que poderei vir a cair. Foi numa dessas ocasiões de inconsciência que procurei a tua mão e te puxei para mim. Vi surpresa no teu rosto e tu, em mim, terás visto algum espanto. Apercebi-me da indecisão que me corria no gesto decidido que praticara. Que pensava eu fazer? Tinha-te presa nos meus braços, com suavidade. A minha inconsciência rogava para conhecer o sabor dos teus lábios mas, na fracção de tempo que este repente utilizou, a consciência sobrepôs-se e falou-te por mim. Dançamos, disse. E dançámos. Talvez melhor descrito fosse, eu tentei fazer qualquer coisa que se parecesse com coordenação de passos e ritmos. Tentei seguir-te a perícia no rodopio. O meu corpo pedia-te contacto. Contacto e maior contacto e contacto mais ousado.
Corremos incessantemente a sala, alucinados pelo ritmo da música e do álcool. Quase não conversámos mais. Por vezes, entre duas músicas trocámos breves palavras, ou após o falhanço de um passo tecnicamente mais arrojado, comentávamos jocosamente a falta de perícia de quem errava. Sorríamo-nos e olhávamo-nos divertidos. Eu sentia-me deslumbrado com o prazer da atenção que me dispensavas. Tinha-te entre as minhas mãos. As trajectórias que tomavas, impelidas por mim ou de mote próprio, levavam-me a correr-te o corpo com as mãos em auxílio coreográfico. Agarrava-te para te lançar de novo em movimento livre e recuperar-te junto a mim, em abraço.
No final da noite, contrafeitos, tivemos que parar. As luzes haviam sido desligadas e a música há muito cessara. Apenas permanecia o tédio de quem fechava a casa e tinha de suportar os que retardavam o seu descanso. Dentro de nós ainda circulava um frenesim cansado em regime de auto-gestão corporal. Saímos para o amanhecer ameno que começava a apagar estrelas. Fomos percorrendo as ruelas da povoação misturando os passos arrastados com a conversa a tempos excitada, talvez desconexa. Nos ouvidos soava o chilrear madrugador das aves e amaldiçoámos a excitação avícola. Pedíamos silêncio.
As pernas transportaram-nos os corpos para os descampados nos arredores da aldeia. Sentados, calados, apoiando as costas um no outro, permanecemos de olhos fechados a ver o azul surgir para dominar o céu matinal. Os corpos resvalaram lado a lado e pediram para dormir.
Catalogado como:
Amores,
Pequenos Contos
terça-feira, novembro 08, 2005
Um dia
Um dia há-de vir em que te terei. Um dia... E nesse momento, estarei feliz.
Poder-te-ei dar mão sem pensar a cada segundo que passa, Que raio estou eu aqui a fazer, sentido a tua pele na minha mão. Não ser só a mão de quem puxa um ser completamente embriagado e amorfo. Alguém que se deixa puxar pela tua compaixão, que não percebe que só tento não sentir e fugir. Ou fazes que não percebes e não me dizes nada.
Na verdade, nem vale a pena dizeres nada. Seria como os prémios de consolação e até já conheço o discurso de agradecimento de cor e salteado. Só me faria sentir pior porque sei que coisa alguma alterará as coisas. Só o acaso… Só o acaso… O acaso… O acaso… O acaso do amor... Essa execrável coisa que brota do coração.
O ódio e o desprezo mais valeriam.
Poder-te-ei dar mão sem pensar a cada segundo que passa, Que raio estou eu aqui a fazer, sentido a tua pele na minha mão. Não ser só a mão de quem puxa um ser completamente embriagado e amorfo. Alguém que se deixa puxar pela tua compaixão, que não percebe que só tento não sentir e fugir. Ou fazes que não percebes e não me dizes nada.
Na verdade, nem vale a pena dizeres nada. Seria como os prémios de consolação e até já conheço o discurso de agradecimento de cor e salteado. Só me faria sentir pior porque sei que coisa alguma alterará as coisas. Só o acaso… Só o acaso… O acaso… O acaso… O acaso do amor... Essa execrável coisa que brota do coração.
O ódio e o desprezo mais valeriam.
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