domingo, março 28, 2010

Full Speed

terça-feira, março 16, 2010

Escuta, vem comigo.

Vamos e arranjamos uma casinha numa vila alentejana (o quê, num monte alentejano? Pode ser!). Vem e vamos ser felizes, nós os dois.
Eu trabalho os campos e tu fazes bolinhos que vendes às senhoras nossas vizinhas. Ao final do dia ficamos a escutar o silêncio a perder de vista.
Fazemos amor, sempre o melhor das nossas vidas, e depois ficamos assim, quietos um no outro, até vir o sono e depois o dia de amanhã.


Recuperado, mas amputado, por se apropriar à ligeira evolução das coisas.
E sim, Marco, estes sonhos bucólicos nunca me largam.

sexta-feira, março 12, 2010

Reciclagem

Tudo isto que lhe assoma em doçura feita acidez advém de num período a confiança se lhe ter assomado em demasia ao ego. Agora não lhe resta muita mais que deixá-lo apodrecer aos poucos, fazê-lo entrar na corrente. Dissolvê-lo. Torná-lo neutro. E com essa neutralidade refugiar-se na seca indiferença.

Um ténue equilíbrio.

Nunca se olharam realmente nos olhos com receio do que vissem um no outro. Raramente se falaram directamente com medo que alguma inflexão vocal traísse o que queriam dizer. As mãos, essas várias vezes se procuraram com avidez. Os braços seguiram-se-lhes outras tantas. Poderá ser que pretendessem compensar o silêncio visual e o vazio das palavras.
É das suas maiores frustrações querer estar com ela.