Vim aqui para escrever umas quantas linhas descabidamente confessionais para te mostrar que eu nem sei bem o quê em relação a ti. Tudo seria maravilhoso e tu verias que sim, tudo faz sentido deste meu ponto de vista. Lerias e pensarias que faço eu tão longe dele, aqui só a pensar como virei a ser feliz, quando afinal estava tudo ali ao lado.
Acabo então a teclar frases de incapacidade e de qualquer coisa mais que não serve de nada estar a espalhar por aqui. Tu jamais tomarás contacto com isto, nem o perceberás como para ti. Ou então,... sei lá então.
segunda-feira, outubro 06, 2008
quinta-feira, outubro 02, 2008
Correcção
Por fim, o médico-chefe ameaçou-o de lhe aplicar a závoloka. (...) como fazem aos cavalos. O coitado, mesmo assim, não desistiu. Era de carácter teimoso ou, então, demasiado cobarde: é que a závoloka também era uma tortura, embora não tanto como as pauladas. Repuxam a pele do pescoço do doente, na parte de trás, tanto quanto a mão pode agarrar, depois furam a pele repuxada com uma faca, fazendo uma ferida larga e comprida ao través da nuca, e passam nela um nastro de linho, da largura de um dedo; depois, todos os dias, a uma hora certa, puxam o nastro dentro da ferida, avivando-a, para que supure e não sare. O pobre suportou esta tortura terrível durante vários dias e só depois concordou que lhe dessem alta. (...) assim, foi metido no presídio militar para ser levado, no dia seguinte, ao castigo das mil pauladas.
Fiódor Dostoiévski, Cadernos da Casa Morta
Fiódor Dostoiévski, Cadernos da Casa Morta
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